CRUZEIRO NOVO

Origem 
A expansão do Cruzeiro veio a partir de 1967 com o registro de uma área para a construção de um conjunto de edifícios ao sul, aproveitando-se de um projeto de Lúcio Costa, segundo publicação da Terracap e que foi denominado como "Setor de Habitações Coletivas Econômicas Sul" (SHCE-S).

A proposta inicial de Lúcio Costa para apartamentos populares apontava um gabarito de três andares para os blocos residenciais, a exemplo das quadras 400 ao longo da via L2. Não se sabe ao certo a razão, mas conseguiu-se acrescer um andar a mais e o setor ficou caracterizado não só pelos quatro andares de seus blocos como pela quarta maior densidade demográfica do país segundo dados do IBGE em 1996, com 6.228,92 habitantes por quilômetro quadrado. 

Quanto ao nome, os moradores pegaram carona na mudança do padrão monetário brasileiro ocorrido no mesmo ano e o setor foi apelidado tal qual a nova moeda: Cruzeiro Novo. Quanto à parte original da cidade, coube o acréscimo de “Velho”,

De acordo com Beatrice Gonzaga, em sua dissertação de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo:

Apesar de haver sido criado para abrigar uma boa parcela do funcionalismo público federal, o SHCES também possui edificações construídas por empresas que adquiriram as projeções junto à NOVACAP e à TERRACAP. Conforme dados da TERRACAP, 183 das 281 projeções foram vendidas de forma direta para órgãos como a CODEBRÁS, ou por licitação pública para empresas do setor imobiliário. As projeções restantes foram doadas à União, que por sua vez repassou-as aos Ministérios do Exército, Fazenda e Aeronáutica; à Escola Superior de Guerra; ao Estado Maior das Forças Armadas e ao Ministério Público da União. 

Dados geográficos
Segundo dados da Administração Regional, a área da Região Administrativa do Cruzeiro RA-XI corresponde a 2,58Km² da área total do DF, tendo o Cruzeiro Novo  a área de 1.193.031m².

O Cruzeiro Novo tem como limites: ao Norte o Cruzeiro Velho, ao Sul as Áreas Octogonais e o Hospital das Forças Armadas, a Leste o Setor Sudoeste e a Oeste o Setor de Indústria e Abastecimento - SIA, Ceasa e a Estação Rodoferroviária. 

A população da cidade é estritamente urbana e na Pesquisa Distrital por amostra de domicílios- PDAD, da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central- CODEPLAN, 2004, a população do Cruzeiro tem 40.932 habitantes, distribuídos pelos seus dois setores: Cruzeiro Novo com 31.884 habitantes e o Cruzeiro Velho com 9.048 habitantes.

No Cruzeiro Novo as 78 quadras são numeradas em centenas ímpares, a partir da quadra 101, no sentido sul-norte. Cada fileira de dois blocos é numerada dentro da mesma centena. Assim temos as quadras 100 (101, 103, 105, 107 e 109), acima as quadras 200 (201, 203, 205, etc.) e assim sucessivamente até as quadras 900. Não existem quadras 1000, passando das 900 para as 1100, e então se mantém cada fileira de dois blocos com uma centena (1100, 1200, 1300, 1400, 1500 e 1600). Dentro de cada quadra, os blocos são identificados por letras. Por exemplo, em uma quadra com 10 blocos, temos em uma fileira os blocos A, B, C, D, E e na outra os blocos F, G, H, I e J.

Curiosamente as quadras 711 e 611 estão fora da ordem, vindo antes da 701 e da 601 respectivamente. A quantidade de blocos por quadra é variável. As quadras 109 (Bloco C) e 307 (Bloco A) têm apenas um bloco, enquanto que as maiores quadras têm 10 blocos cada uma. Quadras maiores (com 6, 8 ou 10 blocos) intercalam-se com quadras menores (com 1 ou 2 blocos) formando uma trama em forma de losângulos criada por Lúcio Costa. Hoje o Cruzeiro Novo possui 327 blocos residenciais.

Trechos do livro "Cruzeiro, retratos de sua história", SOUZA, Rafael Fernandes, Brasília, 2010.